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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

VAMOS FALAR SOBRE CENSURA?



Vamos falar sobre a censura? Sim, porque em pleno Século XXI temos que falar sobre esse tema. Sou uma pessoa apartidária, mas há assuntos que não tem como deixar de lado.

Há aproximadamente sete dias li uma reportagem absurda sobre uma relação de livros que seriam recolhidos de escolas pelo Governo de Rondônia. Entre os livros estão "Macunaíma", de Mário de Andrade, e "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, além de títulos de Rubem Fonseca, Carlos Heitor Cony e Franz Kafka (que muitos que se dizem políticos não sabem nem pronunciar), entre outros, por serem "inapropriados". Livros que fizeram e ainda fazem parte da nossa história e que são importantes para debates de ideias e desenvolvimento pessoal, principalmente das crianças e adolescentes.

E não é possível, num mundo em que agora vivemos, onde lutamos por mudanças e direitos, termos que defender algo que está difundido em nossa Magna Carta, por causa de pessoas que se dizem defensoras da ética, moral e bons costumes, mas que no fundo são totalmente opostas.

Censurar vai de encontro à Constituição Federal e seus princípios explícitos e implícitos nela apregoados. Num Estado Democrático de Direito, não é admissível que pessoas tentem deturpar todo nosso progresso e nossa luta conquistada ao longo da história, porque alguns assuntos podem “atrapalhar” seu interesse pessoal.

É uma ignorância sem fim vinda de pessoas que deveriam se preocupar com interesses da coletividade, como, melhores estruturas para as escolas, alimentação de qualidade aos alunos, melhores salários aos profissionais do ensino, enfim, são muitas coisas IMPORTANTES deixadas de lado por situações ridículas, sem fundamento jurídico e filosófico, baseadas em “achismo”.

Não devemos permitir que situações como essas continuem sendo impregnadas em nosso meio jurídico e principalmente social. Lutas devem ser mantidas e preservadas, nossas reivindicações devem ser contínuas e pautadas no senso comum, da coletividade.

Nossos direitos são válidos e não é qualquer “governo” ou qualquer "cidadão ofendido" que irá tirá-los de nosso convívio.

FOTO: Site Olhar Digital - Acesso: 17/02/2020

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